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Em apoio à luta pelo fim da violência contra a mulher, o Tribunal de Contas da Paraíba (TCE-PB) e o Ministério Público de Contas (MPC) oficializaram, nesta sexta-feira (19), a adesão ao Projeto “Banco Vermelho”. A iniciativa foi marcada pela inauguração de um banco pintado na cor símbolo da campanha, instalado na sede do Tribunal, contendo frases de combate ao feminicídio e contatos para denúncia, como o número da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180). A campanha foi inspirada em uma iniciativa internacional, iniciada na Itália em 2016.
A solenidade foi presidida pelo conselheiro Fábio Nogueira, presidente do TCE-PB, e pelo procurador-geral do MPC, Marcílio Toscano Franca Filho. A abertura contou com a participação da procuradora Isabella Barbosa Marinho Falcão.
Para Isabella, o banco é mais do que um objeto físico: é um convite permanente à sociedade para lembrar, refletir e reagir diante das agressões sofridas por mulheres.
“Mais que um banco, o símbolo é importante para a sociedade. São esses marcos que formam o nosso consciente coletivo e reafirmam princípios e valores que nos direcionam”, afirmou.
Ela destacou que a violência contra a mulher, cujo ápice é o feminicídio, geralmente tem início de forma silenciosa, enraizada em pequenas ações. “Infelizmente, ainda praticadas, em sua maioria, por homens. O feminicídio é, basicamente, uma violência que acontece dentro de nossas casas, cometida por homens que escolhem amar”, observou.
O presidente Fábio Nogueira ressaltou a importância do banco como alerta permanente à sociedade. “É preciso lembrar que este banco representa um simbolismo e, ao mesmo tempo, uma iniciativa concreta, no sentido de despertar a conscientização de todos nós, porque não é admissível, na convivência, qualquer espécie de violência, seja psicológica ou física”, declarou.
Ele também lamentou o aumento dos casos de violência e alertou para o risco de sua naturalização. “Lamentavelmente, o número de casos tem aumentado de forma assombrosa. E parece que parte da sociedade tem naturalizado violências como esta. Imagino o que passa uma família onde a mulher, a mãe, sofre violência gestacional: desestabiliza os filhos e todos ao redor”, disse.
Fábio Nogueira reforçou que a adesão ao projeto é um chamado para que instituições e cidadãos atuem em conjunto. “Aderir a esta iniciativa demonstra que é necessário não só que as pessoas, mas também os órgãos e instituições se unam em prol desta causa, que é o combate à violência”, completou.
A advogada Ana Paula Albuquerque, secretária-geral adjunta da OAB-PB, também participou da solenidade e destacou a necessidade de transformar a memória das vítimas em ações efetivas de prevenção. “O feminicídio é, na maioria das vezes, o desfecho de um ciclo de agressões que começa de forma silenciosa. O Banco Vermelho é um símbolo de memória, apoio e mobilização, porque só a memória e o apoio não são suficientes. A sociedade precisa reagir”, frisou.
Ela ainda chamou atenção para os números alarmantes da violência de gênero na Paraíba. “Estamos em 2025 e ainda convivemos com índices assustadores. No primeiro semestre deste ano, tivemos 19 feminicídios — o segundo maior número em dez anos, atrás apenas de 2018, quando 22 mulheres foram mortas por quem escolheram amar”, destacou.
Palestra – Após a inauguração, foi realizada, no Plenário Ministro João Agripino, a palestra “Assédio Sexual e Moral: um Olhar Sobre a Segurança da Mulher”, ministrada pela Tenente-Coronel PM Viviane Vieira, comandante da 6ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), com a participação da Capitã Suellen Simões Martins, subcomandante estadual da Patrulha Maria da Penha.
O banco instalado no TCE-PB traz a mensagem de conscientização e compromisso institucional: “No TCE-PB, cultivamos respeito, memória e ação. Pelo fim da violência. Por feminicídio zero. DISQUE 100, 180, 190, 197.” Além disso, os visitantes podem deixar mensagens no mural de apoio, registrando reflexões e manifestações de solidariedade.
A iniciativa, apoiada pela Assessoria de Comunicação do TCE-PB, reforça a importância da denúncia e da mobilização coletiva no enfrentamento à violência de gênero, homenageando vidas perdidas e inspirando ações de respeito e proteção às mulheres.
