RÁDIO AGÊNCIA NACIONAL
A companhia de teatro Madalenas leva o espetáculo “Fashion Fake – A Roupa Quase Nova do Rei” à Vila da Barca, Icoaraci, Sacramento e Cabanagem até o dia 29 de maio, uma circulação especial pelas periferias da grande Belém. Trata-se de uma adaptação irreverente e crítica do clássico conto “A Nova Roupa do Rei”, de Hans Christian Andersen.
Serão seis apresentações, de graça, em cinco dias, ocupando praças, avenidas e centros culturais de bairros como Vila da Barca, Icoaraci, Sacramento e Cabanagem. O projeto foi contemplado pelo edital 2024 de Multilinguagens da Lei Aldir Blanc, da política nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura.
O ator e dramaturgo Leonel Ferreira, integrante da companhia Madalenas, conta como surgiu a criação do roteiro:
“O espetáculo surgiu durante a pandemia, especificamente em 2021, no auge das notícias falsas, no auge das campanhas contra a vacina, no auge dos discursos de ódio, mas que ainda reverberam até hoje. Nós queríamos falar daquele momento que o país vivia, onde tínhamos um governo autoritário, um governo que que considerava a arte algo desnecessário para o país, ao ponto de extinguir o Ministério da Cultura, onde os artistas são vistos como vagabundos, pessoas de terceira classe, enfim, um mal para o país. E nós nos propusemos a montar um espetáculo para tratar dessas questões”.
A proposta dialoga com a realidade.
Fundada há cerca de 25 anos, a companhia de teatro As Madalenas é um dos grupos teatrais mais atuantes e combativos da cena cultural de Belém do Pará, com uma trajetória marcada pela fusão entre arte, engajamento social, humor e crítica – teatro popular e intervenção urbana.
A programação para a próxima semana é a seguinte: dia 27 de maio, às 19h, na Praça Eduardo Angelim, no bairro da Pedreira; dia 28, também às 19h, novamente na Praça Eduardo Angelim; dia 29 de maio, 10h e 15h, na Usina da Paz, em Cabanagem.
Leonel Ferreira fala sobre o espetáculo:
“O espetáculo tem como o objetivo refletir sobre aqueles governos totalitários, egoístas, arrogantes e violentos que estão espalhados por aí afora. A vaidade do ser humano, que se preocupa mais com que vestir do que com o outro; aqueles governantes que acabam esquecendo seu próprio povo; e o povo entregue à própria sorte. Então, nós usamos a sátira e o humor para tratar desses temas. E ele também cumpre uma função social, que é devolver para a população da cidade de Belém aquilo que é de direito, uma vez que o espetáculo foi montado com recursos públicos. Então, nada mais do que justo e correto devolver para a cidade aquilo que é de direito”.
Todas as apresentações são gratuitas, abertas ao público e contarão com intérprete de libras.