Paraíba

Paraibana representa o Brasil em organização global pela regeneração da fertilidade

Paraibana representa o Brasil em organização global pela regeneração da fertilidade


PARAIBA.COM.BR

Mais de 48 milhões de casais no mundo convivem com a infertilidade, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Agora, um novo capítulo da medicina reprodutiva começa a ser escrito com a criação da Organização Global para Biorregeneração Gonadal (GOGB), lançada em junho de 2025, em Dubai, com a participação de nove países. O único assento brasileiro na organização é ocupado por uma nordestina: a embriologista paraibana Dra. Salomé Espínola.

A proposta da GOGB é ambiciosa: desenvolver soluções científicas capazes de regenerar as gônadas humanas — ovários e testículos —, oferecendo a possibilidade de que pessoas afetadas por infertilidade possam voltar a gerar filhos biológicos. “Estamos falando de reverter os ponteiros do relógio biológico e devolver às pessoas o direito à fertilidade”, explica Dra. Salomé, que representa o Brasil ao lado de especialistas como o italiano Cesare Aragona.

A entidade surge como resposta ao crescimento dos casos de infertilidade no mundo, provocados por fatores como envelhecimento, doenças autoimunes, tratamentos oncológicos e falências gonadais precoces. Estão reunidos na coalizão países como Itália, Egito, Emirados Árabes, Estados Unidos, Índia, Venezuela, México, Espanha e Romênia — todos comprometidos com a aceleração da ciência em prol da autonomia reprodutiva.

Na prática, a biorregeneração gonadal consiste em terapias capazes de estimular a produção de óvulos e espermatozoides por meio do uso de células-tronco, bioimpressão 3D, exossomos, terapia gênica e engenharia de tecidos. “Queremos criar alternativas à doação de gametas e permitir que mais pessoas tenham filhos geneticamente seus, mesmo após diagnósticos desafiadores”, ressalta a especialista.

A GOGB também atua com rigorosos protocolos de ética e segurança. Embora algumas aplicações clínicas já estejam em fase inicial, como testes com pacientes que passaram por quimioterapia, os estudos seguem sob acompanhamento rigoroso para evitar riscos como instabilidade genética ou formação de tumores. “A ciência precisa andar junto com a responsabilidade”, reforça Dra. Salomé.

Além da pesquisa científica, a organização terá papel educativo, formando profissionais e credenciando clínicas em todo o mundo para garantir práticas seguras, acessíveis e éticas. A expectativa é que, nos próximos 10 anos, a regeneração gonadal já seja uma realidade concreta em centros especializados.

“Essa tecnologia tem um potencial social enorme. Pode ajudar casais inférteis, pacientes oncológicos, pessoas com doenças raras. Estamos falando de restaurar sonhos, vínculos afetivos e dignidade”, finaliza Dra. Salomé, com o orgulho de representar não apenas o Brasil, mas especialmente o Nordeste nessa revolução da medicina reprodutiva.