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Na Paraíba, tirar a carteira de motorista custa, em média, R$ 1.950,40, o menor valor entre todos os estados brasileiros. Apesar disso, o preço ainda representa um obstáculo para grande parte da população, especialmente para quem tem renda mais baixa e sonha em conquistar o documento.
A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vai muito além de um simples documento. Para muitos brasileiros, ela é sinônimo de acesso ao trabalho, mobilidade e independência. Mas o alto custo do processo de habilitação tem sido um fator excludente.
De acordo com a pesquisa Perfil do Condutor Brasileiro, realizada pelo Instituto Nexus, 32% dos brasileiros ainda não se habilitaram por causa do valor cobrado. A percepção de que o custo é elevado é praticamente consenso: 80% consideram a CNH cara ou muito cara, e 66% afirmam que o preço não condiz com a qualidade do serviço oferecido.
O impacto é ainda maior entre os mais pobres: 81% dos brasileiros com renda familiar de até um salário mínimo não têm carteira de motorista. No Nordeste, 71% da população também não está habilitada.
Mesmo com o menor preço do país, a Paraíba reflete essa realidade. O modelo atual de formação de condutores, que exige alto investimento em autoescola, taxas e exames, segue inacessível para milhares de paraibanos.
Enquanto isso, estados como Rio Grande do Sul (R$ 4.951,35), Mato Grosso do Sul (R$ 4.477,95) e Bahia (R$ 4.120,75) lideram o ranking das CNHs mais caras do país. Mas mesmo em locais como a Paraíba, onde o custo é inferior, o desafio continua.
A consequência direta do alto preço é o aumento da informalidade: 49% dos condutores que dirigem sem habilitação dizem que o motivo é o valor cobrado. Uma situação que escancara a urgência de repensar o modelo atual, tornando-o mais acessível e inclusivo — tanto do ponto de vista social quanto de segurança viária.