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A morte de Gerson de Melo Machado, de 19 anos, após invadir o recinto de uma leoa no Parque Arruda Câmara (Bica), em João Pessoa, no domingo (30), levantou diversas dúvidas sobre como ocorreu a invasão, quais medidas de segurança existiam no local e como o parque reagiu ao ataque. Ele morreu ainda no local após ser atingido com ferimentos graves na região do pescoço.
A seguir, veja o que já se sabe sobre o caso:
Como o homem conseguiu entrar na jaula?
Vídeos registraram o momento em que o jovem escalou uma estrutura lateral do recinto. Segundo a Prefeitura de João Pessoa:
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ele subiu uma parede de mais de 6 metros;
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passou pelas grades de proteção;
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e usou uma árvore dentro do recinto como apoio para entrar na área onde estava o animal.
Poucos segundos depois de acessar o espaço, ele foi atacado pela leoa.
O que aconteceu no momento do ataque?
A leoa estava deitada próxima ao vidro de observação quando percebeu a presença do invasor. Após contornar o lago interno, avançou rapidamente em direção ao jovem. No momento em que ele descia pela árvore, ficou ao alcance do animal, que o puxou para o chão.
O jovem ainda tenta correr, mas cai. Em seguida, a leoa aparece com o focinho já sujo de sangue.
De acordo com o Instituto de Polícia Científica (IPC), a causa da morte foi choque hemorrágico, provocado por ferimentos perfurantes e contundentes no pescoço.
Quem era o jovem que entrou no recinto?
O homem foi identificado como Gerson de Melo Machado, de 19 anos. Conforme informações das autoridades ele tinha transtornos mentais.
A família ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Nota da conselheira tutelar
A história de Gerson também foi comentada por uma conselheira tutelar, Verônia Oliveira, que o acompanhou por oito anos. Segundo ela, o jovem tinha histórico de transtornos mentais e, desde a infância, apresentava comportamentos de risco que exigiram atenção constante da rede de proteção. Gerson foi acolhido aos 10 anos, após ser encontrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em uma rodovia, e desde então passou a receber acompanhamento sistemático.
Na nota, a conselheira relata episódios que evidenciavam o comportamento impulsivo do jovem, como uma tentativa anterior de acessar a área restrita de um avião no aeroporto, impedida pela equipe de segurança. Ela também destacou que o adolescente havia sido destituído do convívio familiar por falta de condições da mãe e que não chegou a ser adotado, ao contrário dos irmãos, devido às dificuldades relacionadas ao seu quadro psicológico.
A conselheira afirmou ainda que a trajetória de Gerson era marcada pela ausência de vínculos familiares estáveis e pela necessidade de intervenções frequentes. Para ela, a reação negativa nas redes sociais após a morte do jovem ignora o contexto social e emocional que acompanhou sua vida. A íntegra da nota foi utilizada para reforçar que, apesar dos episódios envolvendo riscos, ele era acompanhado e recebia suporte da rede de proteção até atingir a maioridade.
Confira a nota na íntegra:
“A história de Gerson também foi comentada por uma conselheira tutelar que o acompanhou por oito anos. Segundo ela, o jovem tinha histórico de transtornos mentais e, desde a infância, apresentava comportamentos de risco que exigiram atenção constante da rede de proteção. Gerson foi acolhido aos 10 anos, após ser encontrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em uma rodovia, e desde então passou a receber acompanhamento sistemático.
Na nota, a conselheira relata episódios que evidenciavam o comportamento impulsivo do jovem, como uma tentativa anterior de acessar a área restrita de um avião no aeroporto, impedida pela equipe de segurança. Ela também destacou que o adolescente havia sido destituído do convívio familiar por falta de condições da mãe e que não chegou a ser adotado, ao contrário dos irmãos, devido às dificuldades relacionadas ao seu quadro psicológico.
A conselheira afirmou ainda que a trajetória de Gerson era marcada pela ausência de vínculos familiares estáveis e pela necessidade de intervenções frequentes. Para ela, a reação negativa nas redes sociais após a morte do jovem ignora o contexto social e emocional que acompanhou sua vida. A íntegra da nota foi utilizada para reforçar que, apesar dos episódios envolvendo riscos, ele era acompanhado e recebia suporte da rede de proteção até atingir a maioridade”.
Como estava o parque no momento do incidente?
O parque estava aberto ao público desde as 8h, e o ataque ocorreu por volta das 10h. Visitantes presenciaram toda a cena — alguns chegaram a registrar vídeos.
Após o ataque, a Bica foi evacuada e teve o funcionamento suspenso por tempo indeterminado.
Qual foi a reação da leoa?
A leoa, chamada Leona, entrou em estado de estresse logo após o ataque.
Segundo o veterinário do parque, Thiago Nery:
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o animal ficou “em choque”;
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respondeu aos comandos de manejo;
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e pôde ser contido sem necessidade de armas ou tranquilizantes.
Leona está sendo monitorada por veterinários, biólogos e zootecnistas, que acompanham seu comportamento e saúde.
A leoa será sacrificada?
Não. O Parque Arruda Câmara afirmou que não existe qualquer possibilidade de sacrifício do animal.
A direção reforçou que a leoa, chamada de Leona:
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está saudável;
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não apresenta comportamento agressivo fora do episódio;
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agiu por instinto, diante da invasão de seu espaço.
O protocolo do zoológico para situações dessa natureza prevê justamente monitoramento e acompanhamento técnico, que seguem sendo realizados.

Quais medidas foram tomadas após o caso?
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A Bica teve a visitação suspensa até a conclusão das investigações.
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A Polícia Militar e o IPC foram acionados imediatamente.
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A Prefeitura de João Pessoa abriu investigação interna para apurar como ocorreu a invasão.
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Todos os procedimentos de segurança do parque serão revisados.
O que dizem as autoridades?
Prefeitura de João Pessoa
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Lamentou o ocorrido e prestou solidariedade à família.
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Reforçou que o parque segue normas técnicas e de segurança.
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Afirmou que o invasor superou barreiras estruturais que não eram destinadas ao público.
Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-PB)
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Lamentou a morte.
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Anunciou a criação de uma comissão técnica para avaliar protocolos de segurança, estrutura e manejo do parque.
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Pretende dialogar com a Prefeitura para reforçar medidas preventivas.

Assista a matéria na íntrega:
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