Paraíba

MP instaura procedimento para acompanhar medidas após morte de jovem que invadiu recinto de leoa na Bica

MP instaura procedimento para acompanhar medidas após morte de jovem que invadiu recinto de leoa na Bica


PARAIBA.COM.BR

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) instaurou, ainda no domingo (30), uma Notícia de Fato para acompanhar as medidas adotadas pelos órgãos responsáveis após a morte de Gerson de Melo Machado, 19 anos, atacado pela leoa Leona dentro do Parque Arruda Câmara (Bica), em João Pessoa. A ação foi formalizada pelo 42º Promotor de Justiça da Capital, Edmilson de Campos Leite Filho, que atua na tutela do Meio Ambiente e do Patrimônio Social. O jovem, que tinha transtornos mentais, entrou no recinto do animal após escalar uma parede, ultrapassar a grade de proteção e descer por uma árvore. O parque estava aberto ao público no momento do ataque.

Abertura do procedimento

Na decisão, o promotor considerou o dever do Ministério Público de fiscalizar a efetividade das políticas ambientais, o bem-estar da fauna e o cumprimento das normas de segurança previstas na legislação. Ele também destacou a repercussão social e ambiental do caso e a necessidade de avaliar as ações da Prefeitura de João Pessoa, responsável pela administração do parque, no manejo da fauna sob sua guarda.

Órgãos serão notificados

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam) foi notificada a prestar esclarecimentos, em até 15 dias, sobre todas as providências adotadas após o episódio. O MP quer detalhes sobre eventuais procedimentos administrativos, vistorias, avaliações técnicas e reforço de segurança no Parque Arruda Câmara.

No mesmo prazo, a direção da Bica deverá informar quais medidas foram adotadas em relação ao manejo e proteção da leoa Leona. O Ministério Público também solicita dados sobre a estrutura de segurança do recinto, além de exames médico-veterinários realizados antes e depois do ataque, incluindo laudos, registros de comportamento e protocolos de avaliação pós-ocorrência.

Promotor diz que outras medidas podem ser adotadas

O promotor Edmilson de Campos Leite Filho afirmou que o caso seguirá sob monitoramento e não descartou novas ações. “Estamos atentos e vigilantes. Outras medidas podem ser tomadas, caso entendamos necessárias, especialmente no que diz respeito à segurança do animal e da população que frequenta o ambiente”, declarou.

Atuação paralela na saúde mental

Além do acompanhamento do caso, o Ministério Público reforçou que vem cobrando do poder público a ampliação e o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial em João Pessoa e em todo o estado. Entre as prioridades está a implementação de Residências Terapêuticas para pessoas com transtornos mentais graves sem suporte familiar, garantindo atendimento humanizado e multiprofissional pelo SUS.

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