Cultura

Morre Sebastião Salgado, lente que revelou o mundo e suas contradições

Morre Sebastião Salgado, lente que revelou o mundo e suas contradições


RÁDIO AGÊNCIA NACIONAL

Morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, em Paris, na França, o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.

A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização não-governamental fundada por ele. 

A ONG destaca que Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo.

E ao lado da companheira Lélia Salgado, semeou esperança em meio à devastação e fez florescer a restauração ambiental como um gesto de amor pela humanidade.

Sua lente revelou o mundo e suas contradições e a sua vida, o poder da ação transformadora, destacou a ONG.

O fotógrafo foi homenageado este ano pela Escola de Samba Independentes de Boa Vista, com o enredo “Os Olhos do Mundo; Assombros de Sebastião Salgado”.

Com o tema, a agremiação conquistou o título de campeã do Carnaval de Vitória 2025 e garantiu o primeiro lugar no grupo especial.

O fotógrafo agradeceu a homenagem.

“Foi uma homenagem sublime, pura, homenagem ligada ao povo do Espírito Santo, com samba enredo maravilhoso. Lindo o samba. Agradeço muito”.

Sebastião Salgado nasceu em Aimorés, Minas Gerais, no dia 9 de fevereiro de 1944 e viajou por mais de 120 países para seus projetos fotográficos.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores disse que o trabalho de Sebastião Salgado foi decisivo para ampliar a conscientização internacional sobre a necessidade de proteger tanto os direitos humanos quanto o meio ambiente, especialmente na defesa da Amazônia e de seus povos.

E que ele deixa como legado sua atuação em prol da recuperação ambiental. O Itamaraty também prestou condolências à viúva e aos filhos.

Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do fotógrafo e disse que se sente profundamente triste.

Segundo Lula, o inconformismo de Sebastião Salgado com o fato de o mundo ser tão desigual, e seu talento obstinado em retratar a realidade dos oprimidos serviram, sempre, como um alerta para a consciência de toda a humanidade.

Para o presidente, a obra do fotógrafo continuará sendo um clamor pela solidariedade e o lembrete de que somos todos iguais em nossa diversidade.