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A juíza Conceição Marsicano, da 2ª Vara de Garantias, afirmou nesta sexta-feira (5), em entrevista à BandNews FM João Pessoa, que o jovem Gerson de Melo, de 19 anos, morto após entrar no recinto de uma leoa na Bica, tinha um grau de vulnerabilidade que deveria ter sido identificado pela Justiça quando percebeu-se ele era uma pessoa portadora de transtornos psiclogicos.
Segundo a magistrada, houve um possível erro no processo ao não ter sido solicitado, no início, um laudo psicológico atualizado que comprovasse a condição do jovem. Visto que, Gerson teve 16 passagens pela polícia, sendo 10 de menos e seis maior de idade. “O estado dele de vulnerabilidade já devia ter sido constatado desde a primeira determinação”, declarou.
A juíza destacou que o comportamento e o perfil de Gerson evidenciavam limitações claras. “Gerson era uma criança no corpo de adulto”, afirmou.
“Ele era completamente inocente, não tinha sabedoria para entender o caráter daquilo, não tinha discernimento”, disse.
Ela também rejeitou a hipótese de que o jovem tivesse intenção de se ferir: “Vaqueirinho não tinha perfil suicida. Ele foi ali para brincar.”
Conceição confirmou que, caso um laudo tivesse sido apresentado anteriormente, Gerson não teria sido levado para o Presídio do Róger nem submetido à audiência de custódia, em suas últimas prisões. Segundo ela, apenas após a atualização do documento foi possível aplicar as diretrizes da política antimanicomial, que determina encaminhamento para serviços de atendimento como CAPS. “Quando eu recebi o laudo atualizado, eu não podia deixá-lo no presídio do Róger”, explicou.
Assista a entrevista:
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