Alvo prioritário dos maiores protestos promovidos contra a direita e o centrão dos últimos 12 anos, Hugo Motta (Republicanos-PB) tentou transparecer tranquilidade a aliados que o procuraram ao longo do último domingo (21).
Embora reconheçam que ele não esperava as manifestações numerosas em diversas capitais do país ontem, pessoas próximas ao presidente da Câmara dizem que ele fez questão de ressaltar que estava ciente de que pagaria um preço “público” para “resolver a dinâmica interna” da Casa.
“Ele avisou na reunião de líderes que definiu a votação tanto da PEC da Blindagem como da urgência da anistia que sabia que seria criticado por colocar os dois projetos em pauta, e perguntou: ‘É o que a maioria quer? Eu pago o preço, mas preciso que depois a Casa ande, que funcione, que tenha uma pauta que fale pra fora'”, relatou um auxiliar.
Em João Pessoa, capital do Estado que Motta representa, a tônica dos protestos foi sua não-reeleição. “É preciso entender que entramos numa dinâmica já de pré-eleição, né?”, provocou um amigo. “Isso ele vai resolver, até porque o projeto dele na Paraíba é em aliança com o presidente Lula”, concluiu.
Motta disse na noite de ontem que está disposto a encerrar a discussão sobre anistia ainda esta semana, e que se o Senado derrubar a PEC da Blindagem, ok, porque ele fez o que havia prometido aos pares: colocou o projeto em votação.
“As pessoas não entendem que ele estava ciente do desgaste, mas fez o que fez para ficar forte internamente. Não há no governo, na oposição ou no Supremo quem possa se dizer traído. E com os líderes [de partidos], ele está na mais alta conta”, finaliza o auxiliar do presidente da Câmara.
Agendapb/UOL