Cultura

Olodum leva escola para a Pequena África, no Rio de Janeiro

Olodum leva escola para a Pequena África, no Rio de Janeiro


RÁDIO AGÊNCIA NACIONAL

O movimento social e cultural Olodum, fundado em 25 de abril de 1979, em Salvador, na Bahia, traz ao Rio de Janeiro sua segunda escola do país. É a Escola Olodum Rio, que já está com vagas esgotadas antes mesmo da sua inauguração, na próxima quinta-feira (29), no MUHCAB, Museu da História e Cultura Afro-Brasileira, onde as atividades da escola vão funcionar.

O MUHCAB é um dos espaços mais emblemáticos da memória afro-brasileira e um importante ponto da chamada Pequena África, região da zona portuária do Rio de Janeiro onde se concentrava a maior parte da população negra, e onde se desenvolveram tradições culturais importantes para a identidade negra brasileira. A área foi o ponto de desembarque de africanos escravizados e é marcada como um símbolo de resistência e expressão cultural.

O modelo de ensino é inspirado na experiência baiana da Escola Olodum. O projeto carioca traz para o Rio uma proposta inovadora de formação cidadã, com cursos gratuitos para alunos a partir de 10 anos nas áreas de Percussão Samba-Reggae, Canto Coral e Dança Afro.

O projeto conta com patrocínio de empresas privadas e apoio da prefeitura do Rio de Janeiro. A coordenação pedagógica é do educador musical Anderson Vieira. A iniciativa foi idealizada pela diretora da Associação Riart, Ana Brites, para quem a relevância desses espaços possui uma amplitude que transcende a arte.

“A importância de locais como esse vai além do ensino. Eles são essenciais para resgatar saberes ancestrais, combater o racismo estrutural e oferecer uma reparação histórica simbólica. Ao valorizar a ancestralidade africana, espaços como o MUHCAB, na Pequena África, ajudam a construir um brasil mais justo, plural e antirracista. A Escola Olodum Rio é, portanto, muito mais que uma escola. É um projeto de vida, de pertencimento, de mudança”.

Inicialmente criado como um bloco de carnaval, o Olodum cresceu e incorporou projetos de inclusão social. Com o alto som dos seus tambores, a instituição reverbera o seu pioneirismo na educação antirracista de mais de 35 mil crianças e adolescentes no Brasil desde 1983.